MBSR: Respira, Observa, Confia: eleva o teu potencial
Mindfulness-Based Stress-Reduction
Como diria Pascal: “o grande mal da maioria dos homens resulta da sua incapacidade de permanecer em repouso, numa cama”
Esta reflexão enquadra-se perfeitamente na tela onde nos projetamos atualmente e na qual temos a possibilidade de nos conectarmos uns aos outros, 24h sobre 24h e 7 dias sobre 7, independentemente do local onde nos encontremos.
Neste sentido, impera a era do “non stop movement”que se reflete, essencialmente, numa resistência enorme em olharmos para o nosso quarto interior, onde só existe o silêncio e uma cama para nos sentarmos a escutar os ritmos, as respirações e os sons das nossas emoções, sem as interferências daquilo que se passa na agitação do mundo lá fora:
“O Mindfulness fala-nos exatamente daquilo que a nossa intimidade com o momento presente nos pode ajudar a desenvolver, sem estarmos dependentes do tempo. Aplica-se à condição humana e à riqueza do potencial do nosso espírito e do nosso corpo quando estamos em situações em que temos de lidar com o stress, a dor ou a doença, com a profunda sabedoria daquilo que somos capazes enquanto seres-humanos”.
Nesta ordem de ideias, não existe nenhum medicamento, nem nenhuma solução rápida ou milagrosa que nos tornará imunes ao stress, à ansiedade ou à dor.
Existem, porém, algumas atitudes baseadas no Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), que com a prática diária da respiração e da auto-observação facilitam o caminho para a entrada do nosso quarto interior e para a consciência da meditação, onde os sintomas do Stress, da Ansiedade e da Dor se vão tornando, paulatinamente, mais suaves e silenciosos:
1) O Não-julgamento
Adotar a posição de testemunha imparcial face às nossas experiências, permite-nos identificar os nossos pensamentos-julgamentos automáticos e auto-regular o stress com maior eficácia. Conseguimos ver mais além dos nossos preconceitos e dos nossos medos e libertarmo-nos do seu poder sobre nós.
2) A Paciência
Invocar a paciência quando o nossa mente está agitada ou em processo de “looping” com pensamentos-julgamentos e focada no passado ou no futuro, promove a valorização do momento presente e a aceitação de que as coisas que queremos atingir não acontecem no momento em que desejamos, mas no momento certo em prol do nosso crescimento e evolução.
3) O Espírito de iniciante
Adotar um espírito de iniciante ou de aprendiz humilde permite-nos estar receptivos a novas possibilidades, libertando-nos daquela tendência típica de nos focarmos na nossa “pseudo-expertise” para justificar a realidade.
4) A Confiança
Assumir a responsabilidade de sermos nós próprios em cada instante e de escutarmos a nossa intuição (voz interior) para tomar decisões, assumindo que os erros fazem parte do caminho, exercita os pilares da autoconfiança.
5) O Não-esforço
Cultivar deliberadamente o “ não-esforço” ou o “não fazer nada”, permanecendo “no aqui e no agora”, conduz-nos para uma nova visão de nós próprios, na qual fingimos menos e “Somos” mais nós mesmos.
6) A Aceitação
Olhar para as coisas tal como elas realmente são no presente, sem forçar as situações a serem como nós gostaríamos que fossem, permite-nos desativar o julgamento, os medos ou e a autocritica e tomar decisões mais adequadas às necessidades do momento.
7) O Desapego (Non-Attachement)
Colocar em perspetiva as experiências do nosso dia-a-dia e adotar uma posição neutra e flexível face às atitudes e opiniões dos outros, abre caminho para a aceitação das nossas limitações e liberta-nos de crenças desajustadas perante à realidade.
Durante o processo de prática da respiração consciente em conjunto com e as atitudes-base do MBSR, vamos conseguindo identificar de forma mais espontânea, quando a nossa mente viaja (sem rumo) do passado para o futuro ou vice-versa e de aumentar a eficácia nas nossas estratégias de regulação emocional face ao impacto do stress e da ansiedade nas nossas vidas;
Reconhecemos, sobretudo, que a única forma de podermos atingir os nossos objetivos de vida e de evoluirmos espiritualmente consiste em centrarmo-nos no momento presente, sem qualquer expectativa ou juízo de valor.
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